A Lua Propaganda elaborou uma campanha de mídia impressa para a TerraCycle, empresa que cria produtos verdes a partir de materiais que normalmente são rejeitados pelas cooperativas de reciclagem – como bitucas de cigarro, embalagens de salgadinho, canetas e escovas de dente.
Se já é um longo caminho fazer com que uma embalagem plástica retorne
à indústria como matéria-prima, parece impensável fazer com que rejeitos
como gomas de mascar usadas e bitucas de cigarro tenham uma
destinação ambientalmente correta. É nessas novas fronteiras da
reciclagem e do reaproveitamento de resíduos que a operação global da
TerraCycle vem trabalhando.
Embalagens laminadas de salgadinhos, escovas de dente e canetas usadas e até gomas de mascar e bitucas de cigarro. Encontrar uma destinação ambientalmente correta para resíduos que ninguém faz questão de reciclar - e fazer com que eles retornem, como matéria-prima, à indústria - tornou-se o desafio de empresas que se especializaram em lidar com resíduosque pareciam fadados a repousar eternamente nos aterros sanitários.
O que fazer com os nossos frascos de perfume, embalagens de maquiagem e potes de cremes, descartados após o uso? Difíceis de reciclar, os resíduos de plástico e de vidro geralmente têm como destino os lixeiros suburbanos. Para combater o acúmulo de lixo, a empresa TerraCycle, criada pelo americano Tom Szaky, propõe uma solução: transformar materiais coletados por colaboradores em produtos criativos.
O que fazer com os nossos frascos de perfume, embalagens de maquiagem e potes de cremes, descartados após o uso? Difíceis de reciclar, os resíduos de plástico e de vidro geralmente têm como destino os lixeiros suburbanos. Para combater o acúmulo de lixo, a empresa TerraCycle, criada pelo americano Tom Szaky, propõe uma solução: transformar materiais coletados por colaboradores em produtos criativos.
A Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) foi premiada pela Garnier Fructis – gigante do ramo de produtos para cabelo – por seus serviços na reciclagem de embalagens de produtos para cabelos.
O concurso Eu quero uma ecobike premiou a equipe que mais enviou esse tipo de resíduo para a brigada de cuidados com os cabelos, uma parceria da empresa com a ONG TerraCycle. Por meio da parceria, em seis meses mais de 100 mil embalagens já foram recicladas, evitando que esses resíduos fossem para aterros sanitários ou lixões.
Vandré Fonseca
28 de Janeiro de 2013
Manaus, AM – Nilcelane Silva de Morais, uma indiazinha Cambeba de 8 anos, tem um espaço reservado, no canto da cozinha de casa, para guardar as inconvenientes embalagens dos salgadinhos de milho que ela tanto gosta. A menina participa de uma espécie de gincana em que o objetivo final é dar o destino correto aos resíduos produzidos na vila. “Coloco aqui para não jogar no lixo”, conta a indiazinha conhecida na língua dos pais como Manixi, ou Moça.
Ela vive na comunidade Três Unidos, de índios Cambeba, que fica dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Rio Negro, no Amazonas, a cerca de uma hora de lancha da cidade de Manaus. A vila ribeirinha, como tantas outras no interior da Amazônia, precisa resolver sozinha o problema do lixo, mesmo aquele que poderia ser reaproveitado ou reciclado.
“Hoje, qualquer localidade, por mais distante que seja, vai ter resíduos que são próprios de ambientes urbanos, como PETs, latinhas, pilhas, produtos que ao se decomporem liberam substâncias estranhas ao ambiente”, afirma Antônio Ademir Stroski, diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). “As empresas de reciclagem de Manaus não vão buscar os resíduos em comunidades remotas porque é economicamente inviável”, explica.
O incentivo para a comunidade separar não só os saquinhos de salgados, mas também diversas outras embalagens de produtos industrializados, como xampus, sabonetes e bolachas, vem do projeto Recicle Suas Ideias, da empresa TerraCycle e que teve a adesão da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que gerencia o programa Bolsa Floresta do governo estadual. Na indústria, as embalagens são transformadas em produtos, como estojos ou discos frisbee (aqueles usados para brincar na praia).
O programa de logística reversa oferece remuneração a instituições que encaminham para a empresa embalagens de determinados produtos. A FAS vai receber dois centavos (R$ 0,02) por embalagem devolvida. “É para ganhar dinheiro”, afirma Geovana Barbosa da Silva, de 5 anos, a Pulipuli ou Vaga-lume, quando perguntada sobre a razão de guardar os saquinhos.
Na verdade, as crianças não vão receber o dinheiro diretamente. Como explica a supervisora pedagógica da FAS, Venina Savedra, a intenção é reverter o que for arrecadado em atividades e ações nas comunidades que participam do programa. “Ainda estamos estudando como usá-lo”, afirma.
A iniciativa chegou ao interior do Amazonas em agosto do ano passado, nos seis Núcleos de Conservação e Sustentabilidade mantidos pela FAS. As embalagens são separadas tanto pelas crianças da comunidade quanto pelos alunos do Núcleo e colocadas em caixas. Depois, são enviadas para a sede da FAS em Manaus, onde são conferidas e remetidas para a empresa TerraCycle, que as reutiliza em diversos tipos de produtos.
Lixão
Há até pouco tempo, uma cova aberta na floresta era o destino de quase todos os resíduos da Vila Três Unidos, mesmo aqueles que poderiam ser reciclados. Lá, ainda hoje, rejeitos são enterrados e incinerados, com exceção de latas de alumínio, vendidas a R$ 1,00 o quilo, e restos de comida que servem para alimentar uma criação de patos.
A lixeira é um buraco coberto com vários tipos de resíduos, desde restos de eletrodomésticos até embalagens que não foram separadas pelos moradores. A fumaça da incineração é permanente, assim como o mau cheiro e os animais que são atraídos para o local. “A comunidade faz o buraco, quando não tem mais lugar para o lixo faz outro”, conta o menino Elinelson Silva de Morais, 11 anos, irmão de Nelcilane e conhecido como Uauá, ou Neném.
Desde que o programa foi implantado, o volume de lixo produzido na casa da matriarca da Vila, Diamantina Cruz, a Baba, caiu pela metade. Para ela, um alívio. “Não tem mais onde jogar. Nós já cavamos dois buracos, mas já estão cheios. Vamos ter de cavar mais um”, afirma a mulher que fundou a vila com o marido, há mais de 20 anos.
O programa ajuda também a reduzir a pegada ambiental do Núcleo de Conservação e Sustentabilidade Assy Manana, implantado pela FAS na comunidade. O Núcleo oferece aulas regulares para 120 estudantes do 6º ano ao ensino médio - ministradas por professores da Secretaria Estadual de Educação - e capacitação na área de Desenvolvimento Sustentável. Mas cuidar do lixo sempre foi um desafio.
O gestor local do Núcleo, o biólogo Klebson Demelas, calcula que 60% do lixo produzido ali seja orgânico, aproveitado então para alimentar animais e para a compostagem. Os outros 40% são separados pelos alunos. Apenas o lixo considerado contaminado (papel higiênico, garrafas plástica de óleo, embalagem de alimentos com restos de sangue ou que ofereçam risco etc) é incinerado em um tambor.
“A gente está minimizando nosso impacto com o lixo”, afirma Demelas, que já encontrou animais mortos, asfixiados por embalagens, em outra área onde trabalhava. “Um plástico que é jogado no rio pode ser reconhecido por um quelônio como uma presa e causar a morte do animal”, afirma.
Aprendizado
Os alunos são divididos em grupos, que têm atividades específicas. Os estudantes Eures Terço Vieira, de 17 anos, e Daniel Silva Vieira, de 16 anos, fazem parte da turma que separa as embalagens. Além de contribuir para reduzir o volume de lixo no Núcleo, estão aprendendo a cuidar dos próprios resíduos.
“Quando eu como um bombom ou salgadinho e não tem uma lixeira perto, eu ponho no bolso e levo pra casa para botar no lixo”, conta Eures. Claro que isto resulta em um inconveniente, vez ou outra ele se vê com o bolso cheio de saquinhos, papéis e outras embalagens. Mas é melhor do que jogar no chão.
Os dois também adoram os salgadinhos de milho. E sabem que a guloseima é muito popular na vila. “A gente enche um caixa de saquinhos por dia”, conta Daniel, lembrando que antes muitas destas embalagens ficavam espalhadas no chão ou na mata, esperando alguém se dispor a recolhê-las ou a faxina. Isso, quando não iam parar na floresta ou no rio.
Com 251 anos de existência, uma das mais antigas empresas do mundo, a Faber-Castell desenha seu futuro pautada em princípios sustentáveis
“Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo. E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.” Ao ouvir o trecho da música
Aquarela do compositor Toquinho, logo vem à mente o marcante comercial da Faber-Castell, a mais antiga fabricante de materiais para escrever, desenhar, pintar e promover o desenvolvimento da criatividade, principalmente de crianças.
Um jeito de educar, recolher resíduos e transformá-los em produtos que podem continuar em uso. Este é o projeto da
TerraCycle. Que para fechar o bom negócio, deu um jeito de fazer tudo isso virar vantagem econômica para todos os lados.
Adolescentes de favela paulistana criam projeto que transforma bitucas de cigarro em papel ecológico. Empresas já produzem plásticos e adubo com a mesma matéria-prima